No último sábado, 6, a Biblioteca Sinhá Junqueira encerrou o FLIRP – Festival Literário de Inverno de Ribeirão Preto. Com o tema “Diálogos de dentro: literatura, psicologia e arte”, o evento proporcionou quatro dias de atividades culturais para todas as idades, como roda de conversa, mesas-debates, além de muita música.

A primeira atração deste sábado foi a mesa-debate “A importância da literatura na formação das crianças”, com a especialista em livros infantis Neide Graça e as professoras Bya Faria, Sandra Santos e Jéssica Machado. O encontro abordou desde os desafios da literatura na infância até a necessidade de histórias que representem a realidade das crianças periféricas.

No quintal da Biblioteca, os visitantes aproveitaram a apresentação do Choro da Casa, com participação do Sarau Odilon. Os artistas leituram poemas para o público refletir sobre os direitos do povo negro, incluindo trechos da crônica do livro “Nós Kintais do Mundo”, que discute as raízes e persistência do preconceito racial na sociedade.

A presença do escritor João Silvério Trevisan foi o ponto alto do dia.  Durante a conversa, Trevisan se emocionou ao falar de “Meu irmão, eu mesmo”, dedicado ao irmão Cláudio. “Nada é capaz de suprir o privilégio de ter esse irmão na minha vida. Quem for ler o livro acompanha a minha trama com a descoberta do HIV. Eu era quem ia morrer e, de repente, meu irmão apareceu com um câncer linfático com  80% de cura, mas ficou no 20%”.

Para encerrar a noite, a cantora Fernanda Marx proporcionou uma apresentação que mesclou samba, afro, xote, samba-jazz, maracatu e outros estilos musicais. A atração fechou o FLIRP com chave de ouro, levantando o público para dançar e cantar. Neste ano, mais de 400 pessoas participaram do Festival Literário, que busca promover eventos para enriquecer o cenário cultural de Ribeirão Preto e fortalecer os laços entre literatura, arte e a comunidade.