Texto e fotos: Paulo Ricardo

Baseado no sociointeracionismo de Lev Semionovich Vygotsky, este modelo coloca a interação social e a construção colaborativa do conhecimento no centro da experiência educacional.

Originado a partir dos estudos pioneiros do psicólogo bielo-russo Lev Semionovich Vygotsky no início do século 20, a concepção de ensino e aprendizagem sociointeracionista revoluciona a forma como a educação é abordada. Vygotsky afirmou que o desenvolvimento intelectual das crianças é um processo impulsionado pela interação social, em um contexto histórico, cultural e social. Assim, o conhecimento não é apenas transmitido, mas construído em colaboração com os outros e o ambiente.

Nessa abordagem, os professores não são apenas detentores do conhecimento, mas atuam como mediadores e facilitadores do aprendizado. Em uma proposta de ensino construtivista sociointeracionista, o professor cria condições para que o aluno reflita e construa, na interação com o outro, seu próprio aprendizado. É bom ressaltar, que as crianças não aprendem sozinhas. É necessário um planejamento bem pensado e cheio de intencionalidade para que as aprendizagens aconteçam.

De acordo com Vera Lúcia Lavanhini – Diretora do Colégio Camillo de Mattos:

“… no colégio, os alunos são desafiados o tempo inteiro, os professores trabalham incentivando-os a pensar. Motivando-os a participarem da construção do conhecimento. Utilizam-se de vários tipos de metodologias ativas de aprendizagem, trabalham em duplas produtivas, grupos produtivos e assim a aprendizagem acontece também na interação entre eles, na interação com o meio…”

Alunos como protagonistas

O Colégio Camillo de Mattos promove o protagonismo dos alunos, incentivando-os a participar ativamente da construção do conhecimento. A colaboração é um pilar central, e os estudantes são encorajados a trabalharem em equipe, compartilharem ideias e resolverem problemas coletivamente. Isso não apenas enriquece a aprendizagem, mas também desenvolve habilidades sociais essenciais. Um dos aspectos cruciais dessa concepção de ensino é a transformação do papel do professor em mediador e não mais o detentor do conhecimento. Os educadores auxiliam os alunos a desenvolverem sua curiosidade, enfrentarem desafios e explorarem suas próprias aptidões. Com isso, os estudantes aprendem a aprender, tornando-se participantes ativos na busca do conhecimento.

A experimentação é valorizada nessa abordagem. Os alunos são encorajados a se envolver em atividades práticas, interagindo com o mundo real para internalizar conceitos e adquirir habilidades de forma profunda e significativa.

Na proposta de trabalho por resolução de problemas, as atividades mantêm as características de objeto social real, ou seja, aprende-se na escola, o que se usa fora dela.

Outro aspecto notável é o foco na autonomia dos alunos. Eles são incentivados a tomar decisões, resolverem problemas, favorecendo a reflexão e a tomada de decisões Isso cria um senso de empoderamento e confiança em sua capacidade de enfrentar desafios.

Em resumo, o sociointeracionismo adotado pelo Colégio Camillo de Mattos traz mudanças e resultados significativos na educação, colocando os alunos no centro do processo de aprendizagem. Com foco na colaboração, interação social, experimentação e autonomia, essa abordagem prepara os estudantes não apenas para adquirir conhecimento, mas para se tornarem aprendizes ativos e resilientes em um mundo em constante mudança.